Toninho Horta e Orquestra Fantasma
Na tarde desta quinta-feira (19), o compositor e instrumentista mineiro Toninho Horta vestiu um terno azul escuro, uma camisa azul de gola canoa e os óculos redondos estilo John Lennon para, segundo ele, participar de um evento de gala: aguardar o resultado de sua indicação ao Grammy Latino 2020.
Por causa da pandemia, a premiação ocorreu de forma remota e o compositor acompanhou tudo de casa, em Belo Horizonte. Sentado em uma cadeira em frente ao computador, de onde entraria ao vivo na transmissão, caso fosse vencedor, ele ouviu primeiro o nome do álbum que lançou no ano passado para comemorar os 50 anos de carreira: “Belo Horizonte”
Não conseguiu ouvir o próprio nome e da Orquestra Fantasma, que vieram em seguida, porque a família que estava assistindo tudo, sentada nos sofás da sala, gritou tanto que abafou o som do computador.
O músico Toninho Horta durante apresentação. — Foto: Moto UeharaA falta de confiança vinha do histórico da premiação. “Geralmente eles premiam como melhor álbum um cantor e, dessa vez, premiaram um instrumentista e compositor e uma orquestra”.
Mas Toninho sabe da qualidade do álbum e acha que já estava na hora de ser reconhecido, segundo ele, de uma “forma global”. Para o compositor, “Belo Horizonte” é um trabalho musical sofisticado, difícil de ser executado e a premiação vai servir para que o álbum consiga mais visibilidade.
Essa foi a terceira indicação de Toninho Horta ao 21º Grammy Latino. A primeira vez foi em 2005, com o álbum “Com o Pé no Forró”, depois em 2011, com “Harmonia & Vozes”, e agora, em 2020, quando concorreu com grandes nomes da música popular brasileira: Caetano Veloso & Ivan Sacerdote, Elza Soares, Ney Matogrosso e Zeca Baleiro.
O álbum premiado
“Belo Horizonte” foi lançado em 2019 para comemorar os 50 anos de carreira de Toninho. É um álbum duplo, composto pelo CD “Belo” com canções já conhecidas e por “Horizonte” que, segundo Toninho, representa o futuro, com músicas inéditas compostas por ele e pelos integrantes da Orquestra Fantasma, que o acompanha há cerca de 40 anos.
O instrumentista e compositor, Toninho Horta. — Foto: Reprodução/TV Globo
Horizonte de Toninho
Mesmo depois de 50 anos de carreira vencer o Grammy Latino não significa descanso para o compositor mineiro. Ele quer mais e já está trabalhando em um novo álbum que deve ser lançado no ano que vem.
As músicas foram gravadas em Nova York e o álbum, que tem produção de Sandro Albert, também será mixado e masterizado nos Estados Unidos. Essa foi a primeira vez que Toninho gravou em inglês, acompanhado do baixista Buster Williams e das backing vocals Cindy Mizelle e Tina Fabrique, ambos conhecidos por terem trabalhado com artistas famosos mundialmente.
A ideia é enviar o disco para concorrer no Grammy Awards, o maior prêmio da música mundial.
Mas ele não para por aí. Em dezembro deve lançar um curso de Harmonia Intuitiva com versões em português e inglês. E para janeiro, está preparando o evento social e cultural chamado “Movimento Musical além das Montanhas”.
Integrantes do movimento musical mineiro Clube da Esquina. — Foto: Fábio Motta/
Filarmônica de Minas Gerais
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais também concorreu ao Grammy Latino na categoria "melhor álbum de música clássica" de 2020. O disco apresenta três obras do compositor brasileiro Almeida Prado, que morreu há dez anos. Mas o prêmio foi para Eternal Gratitude, de Paulina Leisring & Domingo Pagliuca e do produtor Samuel Pilafian.
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