Wiphala
ORIGEM E SIGNIFICADO DA WIPHALA.
Wiphala é uma bandeira quadrada que tem sete cores espalhadas em 49 quadradinhos. Etimologicamente, a palavra se forma a partir de Wiphay (que é voz de triunfo) e laphaqi (entendido como fluir no vento de um objeto flexível), ambas as palavras da língua aymará que unida chegam a conformar WIPHALA, esta última é entendida como um símbolo de reivindicação. Esta bandeira quadrangular pode ser vista normalmente em várias regiões da América do Sul. Mas o que ele representa?
Esta bandeira está fortemente ligada às comunidades que descem dos povos andinos. Desde o começo, a Wiphala que hoje conhecemos foi um emblema do povo aymara-qhishwa.
USO E CRIAÇÃO DA WIPHALA.
Acredita-se que foi criada há mais de 1000 anos (algumas fontes até apontam para a possibilidade de a sua criação dar mais de 2000 anos).
Também se acredita que o distintivo era usado desde em tarefas agrícolas até em todos os tipos de cerimônias. No Peru, foi encontrado um objeto muito parecido com a atual Wiphala sobre um túmulo com mais de 800 anos. Até foram encontrados grafemas com as cores da Wiphala pintadas em uma rocha, tecidos e copos em várias regiões da Bolívia, e estima-se que essas obras datam de antes do século XV.
Uma crônica colonial do século XVI aponta o uso de uma bandeira por parte dos povos andinos, apontam a possibilidade de se tratar de uma wiphala (flickr. com).
Wiphala, como símbolo andino, é quadrangular por representar igualdade e harmonia. As cores da bandeira (iguais originadas a partir da decomposição do raio de luz) têm significados diferentes:
VERMELHO: representa a Mãe Terra e a expansão do homem andino no continente.
LARANJA: representa sociedade e cultura. Simboliza educação, saúde, medicina e formação.
AMARELO: representa energia e força, prática coletivista da humanidade e solidariedade.
BRANCO: representa o desenvolvimento da ciência e tecnologia, arte e trabalho intelectual. É a representação do tempo para realizar o progresso intelectual e harmônico.
VERDE: representa a economia e a produção andina. Simboliza a riqueza natural.
AZUL: representa espaço cósmico e infinidade. É a expressão dos sistemas astrais e seus efeitos naturais na Terra.
VIOLETA: representa política e ideologia andina. Também simboliza filosofia e poder harmônico dos Andes.
Os lados da bandeira e os quadrados interiores mantêm uma proporção idêntica, simbolizando igualdade e unidade na diversidade de aldeias andinas.
De acordo com diversas fontes consultadas, existem muitas maneiras de entender a bandeira. Considera-se que foi usada não só como distintivo, mas também como calendário cósmico.
A Wiphala é mais do que a bandeira das nações andinas e das aldeias qhishwa - aymaras. É a representação da filosofia andina, simboliza a doutrina do Pachakama (ordem Universal), e a Pachamama (Mãe Terra) que formam espaço, tempo, energia e planeta.
Além disso, os quadrados internos da Wiphala representariam os 5 princípios de conduta da comunidade andina:
Não ser preguiçoso não mentir não roubar não matar não ter vícios
Em várias regiões do norte da Argentina e do Chile, o oeste do Paraguai, toda a Bolívia, Peru, e em algumas regiões do sul do Equador, pode-se ver esta bandeira.
Em São Pedro de Atacama, norte do Chile (território qhishwa - aymara), a wiphals se iza, de acordo com os costumes andinos, em celebrações como batismos andinos, nascimentos, acontecimentos sociais, na transmissão de comando das autoridades nas aldeias, Festas cerimoniais e manifestações.
Na Argentina costuma-se nomear esta bandeira como ′′ bandeira dos povos originários ′′ e algumas comunidades (longe de se relacionar com a cultura aymara-qhishwa) a adotaram como emblema.
Em 2008, o Estado boliviano constituiu a Wiphala como Símbolo Nacional consagrado no Art. 6 da Constituição Política do Estado Plurinacional, aprovado por ampla maioria através de Referendo Constitucional de 25 de janeiro de 2009
Em todas as comunidades da região andina da Bolívia, a Wiphala é usada como símbolo de resistência e reclame na luta pelos direitos dos povos nativos americanos.
KERU INKA SIGLO XV , MUSEO INKA DEL CUZCO.
copiado do FB de Veja mais dos Povos Indígenas no SupraVivente
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