História do nascimento do Centro Cultural Visconde de Mauá

 

01/04/2021 – ABRIL – MÊS DO CCVM (1)

Sim, o CCVM nasceu num outono, em 2004... 

No comecinho de abril de 2004, o amigo Elias Leal me apresentou o empresário Juan llerena. Juan havia criado a Corporação Musical Visconde de Mauá (abril de 2003), uma banda/fanfarra, com o objetivo de ensinar música, gratuitamente, às crianças e aos jovens, e estava bastante interessado em apoiar outras iniciativas culturais na região de Visconde de Mauá. Ele tinha “ouvido” falar do meu trabalho eventual/voluntário, nas escolas da região. 

Numa conversa agradável, embaixo da amoreira centenária da Aldeia dos Imigrantes, ele me perguntou o que eu estava fazendo no momento. Contei a ele que visitava escolas da região, contando histórias, cantando com as crianças e dava aula de flauta doce na Escola A Caminho da Luz, na Comunidade Céu da Montanha. Depois de uns 40 minutos de prosa, ele me perguntou quanto custava uma flauta doce. Eu disse que era R$ 20,00. Ao final da conversa ele me deu um cheque de R$ 200,00 (para que eu pudesse comprar 10 flautas), e a chave da porta de uma das “lojas” da Aldeia, dizendo que se eu quisesse, eu poderia utilizar o espaço para organizar atividades culturais para a comunidade. Fiquei comovida com o seu gesto de confiança! Me despedi dele dizendo que iria criar um Centro Cultural. Ele foi embora rindo muito... talvez tenha achado que era exagero da minha parte! 

Alguns dias depois (09/04/2004) o Centro Cultural Visconde de Mauá era inaugurado, com uma singela apresentação do Coral do Visconde (o grupo tinha 6 meses de atividades), e uma exposição coletiva, que montei às pressas, com os poucos artistas da região que já conhecia nos meus dois anos como moradora. Nos cinco primeiros anos do CCVM, convivi intensamente com o novo (velho) amigo Juan Llerena. E dividíamos juntos, um ideal de educação, de comunidade musical, de apoio às artes e a cultura. Que amigo legal, gente! Quase um pai! No dia 18 de julho de 2009, Juan foi ao CCVM pela última vez. Era a abertura da exposição do artista Ronaldo Auad. Uma noite linda de inverno, com vinho, alegria, celebração, jazz ao vivo com o Duo Contraponto e a exposição de pinturas, desenhos, objetos: “Meditativos – Construção, Tempo e Memória”. Juan ficou muito impressionado com tudo o que viu e ouviu e me perguntou: “Márcia, minha querida amiga “azougue”, como você consegue fazer tudo isso acontecer, sem recursos?... ” Pensei cá com os meus botões: a “culpa” é sua também, que me abriu as portas... Tão bacana essa força que o Juan dava para esse trabalho, e que foi fundamental para a sua continuidade, sempre de forma intuitiva e espontânea, mas determinada. Juan faleceu exatamente um mês depois, aos 85 anos, por complicações da diabetes. 

Poucos dias antes da sua partida, consegui lhe dar a notícia de que o CCVM havia sido reconhecido, pelo Ministério da Cultura como um Ponto de Leitura (2009) e também um Ponto de Cultura (que se concretizou em 2010). O CCVM, com 5 anos na época, seguiu com suas atividades e o apoio total da família Llerena. E graças à generosidade dessa família (que nos abriga até hoje), o apoio da comunidade, a Associação de Amigos do CCVM, outras parcerias culturais que foram chegando e agregando e o reconhecimento do Poder Público (federal, estadual, municipal) estamos aqui, vivíssimos, completando 17 anos... 

Obrigada a todos que acompanham, acreditam, apoiam e participam dessa iniciativa! Obrigada Juan! Obrigada Família Llerena! 

SOMOS TODOS CCVM!

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