Sol Invictus por Luís Paulo Lopes
Achei muito significativo que a conjunção entre Júpiter e Saturno aconteça exatamente no dia do solstício, justamente o dia do Sol Invictus, relacionado também ao nascimento de Jesus e diversas outras divindades solares. O solstício de inverno no hemisfério norte é quando, na noite mais longa e fria do ano e quando a derrota do Sol parece certa, a luz triunfa e renasce do ventre da noite; trazendo novamente a vida ao mundo. Apesar da conhecida data, 25 de dezembro, o solstício neste ano acontece hoje, exatamente no dia de maior proximidade entre Júpiter e Saturno, formando a Estrela de Belém. Ora, essa Estrela (a conjunção de Júpiter e Saturno) é justamente aquela estrela que guiou os três Reis Magos até a manjedoura onde Jesus nasceu. A formação desta Estrela é raríssima, a última como essa aconteceu há 800 anos e marcou uma mudança radical na história da humanidade, a transição entre a idade média e o renascimento (época de grande efervescência cultural). Jung discute a importância desta conjunção em seu livro Aion, e a relaciona com grandes renovações religiosas e culturais. A Estrela de Belém aponta precisamente para o nascimento da Criança Divina e está se formando no céu exatamente no dia do Sol Invictus; muitíssimo significativo. Chama ainda mais atenção que esse raro fenômeno esteja acontecendo no meio de uma pandemia, que constelou nos homens, nos quatro cantos do planeta, uma atmosfera apocalíptica que suscita a imagem da renovação do mundo, análoga à imagem da morte e do renascimento. Perceba a magnitude deste evento, marcado por grandes e significativas sincronicidades. A conjunção entre Júpiter e Saturno que marca o encontro entre estes gigantes é, em si mesmo, um evento muito significativo, mesmo se desconsiderarmos todas estas sincronicidades. Hesíodo nos conta da vitória de Zeus sobre Cronos, que devorava seus filhos e não permitia o nascimento do novo, da própria criança divina. Quando Júpiter se encontra com Saturno, vence a lei rígida, a tirania do tempo e a lei que sufoca o vir a ser e, após uma sangrenta guerra contra os antigos titãs, instaura uma nova ordem no cosmos. Quem percebe a relação com a recente ascenção do autoritarismo conservador no mundo? Quem aqui vê uma analogia simbólica em relação a Jesus como reformador da antiga lei? Vejo morte e renascimento, e novamente vejo morte e renascimento, e novamente vejo morte e renascimento, vejo sangue derramado e vejo o nascimento da luz invencível que renova o mundo em seu próprio fundamento.
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