João de Barro e sua casa
A rotina do João de Barro e o destino de sua casinha
por Arnaldo Silva - copiado de https://www.conhecaminas.com/2021/01/a-rotina-de-trabalho-do-joao-de-barro.html
Sempre são exibidas imagens de outras aves ocupando as casas do João de Barro (Furnarius rufus) que trabalha tanto e vem outras espécies e ocupam a casinha deles. É o que todos pensam e mostram em fotos, como estas. Mas será isso verdade?
Não, não é verdade. O João de Barro leva
em média 60 dias para fazer sua casinha. Observando a rotina do dia a
dia do João de Barro, já foi percebido que eles tem um senso de
organização e disciplina durante a construção de suas casas que
impressiona.
(fotografia abaixo de Raul Moura)
Foi observado que o "Pedreiro da Floresta", não trabalha sozinho, sempre está acompanhado de sua companheira, que o ajuda na construção da casa. A casa tem uma entrada, onde o casal pode passar tranquilamente e espaço que acomode bem os dois, além de ser forrada com penas e pelos, para que a fêmea ponha os ovos e os filhotes fiquem confortáveis e mais protegidos dos predadores.
Antes de começarem sua obra, escolhem o melhor lugar para sua
edificação, que tem em média 30 cm, em formato esférico e com uma
abertura. Optam por lugares como troncos firmes de árvores ou mesmo
postes, que lhe dê segurança, que tenham menos corrente de vento e
calcula a posição da casa, sempre na posição contrária aos ventos.
Escolhem com atenção onde irão retirar a matéria prima para construírem juntos sua morada. Retiram o barro úmido da natureza, misturam com palha e esterco de gado e amassam bem, usando os bicos e os pés.
Escolhido o local de sua casa e onde irá retirar a matéria prima sua casa, percebeu-se que começa a trabalhar as 7 horas da manhã, dava uma pausa por volta do meio dia, retornava pouco tempo depois e parava o trabalho por volta das 17 horas. Ou seja, trabalhava em média de 8 a 10 horas por dia, de segunda a sábado, sempre com a ajuda de sua companheira. Nos dias de domingo, não se observava a presença do João de Barro em sua construção.
Escolhem com atenção onde irão retirar a matéria prima para construírem juntos sua morada. Retiram o barro úmido da natureza, misturam com palha e esterco de gado e amassam bem, usando os bicos e os pés.
Escolhido o local de sua casa e onde irá retirar a matéria prima sua casa, percebeu-se que começa a trabalhar as 7 horas da manhã, dava uma pausa por volta do meio dia, retornava pouco tempo depois e parava o trabalho por volta das 17 horas. Ou seja, trabalhava em média de 8 a 10 horas por dia, de segunda a sábado, sempre com a ajuda de sua companheira. Nos dias de domingo, não se observava a presença do João de Barro em sua construção.
(foto abaixo de Wilson
Fortunato)
Depois da casa e o ninho já prontos, eles se mudam e lá ficam, mas não a vida toda. Vocês pensam que depois da construção ele fica descansando, curtindo a casinha? Nada disso, acabou sua casa, pouco tempo depois, já começam a construir outra. O João de Barro constrói sua casa e nela vive por alguns meses apenas. O tempo de duas, três ou quatro ninhadas.
Esse ciclo é repetido constantemente. Ele não para de trabalhar. As outras espécies de aves, entre elas os periquitos, tuins, canários-da-terra, etc., só se aproximam da casa do João de Barro quando esta está abandonada. Somente quando o João de Barro já fez sua outra casinha. Em sua maioria, as espécies não ocupam e nem invadem o habitat dos outros. A natureza tem suas leis e estas são respeitadas.
Há poucas exceções, já que algumas espécies, tem como hábito usar ninhos de outras aves, já prontos, independentemente da espécie que seja. Como exemplo, o pardal, que chega a expulsar aves de seus ninhos, para usá-lo, bem como o chupim, que coloca seus ovos, em ninhos alheios, para que as aves choquem e criem seus filhotes. Essas espécies invadem qualquer ninho, podendo também invadir, o ninho do João-de-barro e lá, depositarem seus ovos. As demais espécies, não, apenas quando o João-de-barro deixa sua casinha.
(fotografia abaixo de Paulo Santos)
A lenda
No século passado, existia uma crença de que o João de Barro
não aceitava traição e deixava sua amada presa na casinha para o resto
da vida. A lenda ganhou mais popularidade pela música "João de Barro",
composta por Teddy Vieira e Muhib Cury, interpretada por grandes nomes
da música sertaneja brasileira como Tonico e Tinoco e Sérgio Reis. A
letra foi inspirada nessa crença popular, mas pesquisadores, que
estudaram e analisaram o comportamento da ave, não encontraram nenhuma
evidência da veracidade desse fato. É apenas uma lenda, nada mais que
lenda.
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